sexta-feira, 23 de março de 2007

Azul veneza


Nasce assim um dia,
por entre o leito dos dias quentes,
pela solidão traçados.
O chamamento que surge é um eco
de outro dia, do dia em que
a dança do amor nulo se fez notar,
por entre as ruas e varandas do
teu amargo lar.

Num instantâneo sonho sem nexo
regresso aos ares da minha terra.
Regresso ao doce passar dos dias repetidos.
Volto à "casa" que em tempos
me acolheu em tardes vazias.
Volto ao mundo que um dia me criou,
que me viu nascer e brincar
com nuvens e fios de um universo por mim criado.

Regresso então a casa...
à casa da qual não tinha saudades.

Ainda há tão pouco me fiz entrar
pela porta de sempre,
e já não vejo hora de partir,
para a cidade que um dia me acolheu
nos seus braços protectores.

Porque nem sempre a nossa casa é o nosso espaço.
Porque nem sempre o passado nos deixa saudades.
Morre então o nosso dia, agora que tínhamos
tanto a dar ao nosso instável recanto,
ao nosso palco exposto...


Poema vencedor do Concurso de Poesia.
Escrito por: Carlos Silveira


O curioso de tudo é que percebi que o poema era teu logo à segunda leitura. Conheço bem a tua escrita, mais do que a ti, penso.

Mais um poema que nos petrifica de tão bom que é. Gostei mesmo (daí ter votado para 1º! ).

4 comentários:

Tangerina disse...

não disseste nada...

Anónimo disse...

nadando no glaciar esquecido da minha memória

Anónimo disse...

Respect the cock


PS: Não quero levar porrada do carlos...

Anónimo disse...

O curioso de tudo é que reconheci o teu poema logo á primeira leitura!! lol xD
Sem querer ser repetitivo, granda texto!