quinta-feira, 30 de agosto de 2007

Elephant

Na noite escrava,
a linha ténue do rosto ignóbil
viaja na minha ciência de
preferir amar a madrugada de outras aragens.
E penso partir levando pouco da
viagem que me trouxe longe.
Abrandei no deslassar da memória invicta,
desloquei as dimensões e os espaços,
fiquei pela transacção de espíritos nulos,
dormi o meu melhor sono na
desmaterialização de almas abstractas.
Ainda vejo por vir o sonho,
a arte que não domino a cores.
Fez-se tudo preto e branco e o corpo, o concreto, o propósito
e a ilusão feita de luzes próprias
dançaram num sono só.
E sobreposto na tua presença inventada,
dormi a primeira noite da minha vida.
(quer ser vasto,
o desgastar de tudo
o que é moído pelo
peso do teu choro exagerado.)

quinta-feira, 16 de agosto de 2007

meia centena de tudo


A voz foge rumo à foz de um nós longíquo.
A rua rompe as roupas de um corpo ruim.
O fim desfaz as frases do meu adeus.

O unisono de 3 partes desiguais.
As palavras que nos cabem.
O que somos, escrito
com uma caligrafia que não a nossa.
O nosso retrato extraído de um espelho pintado de negro.

Obrigado. Muito obrigado.

"E numa qualquer noite,
agarro o teu vestido
e danço com a tua
presença inventada."

Choco--late, mais que uma ilusão concreta, uma dávida nossa a nós mesmos.




[Insomnia] (que não consegue postar)

Agradecimento ao Ricardo Cabrita pelo tratamento da imagem.

Apesar de a "Passos em volta" pertencer a esta família, ainda não se sente à vontade para fazer parte do post 50, não foi por discriminação mas sim opção da própria.