sexta-feira, 13 de abril de 2007

Madame Chocolatô

Deitou-se o corpo sobre o divã, e
Acordas presa a uma guitarra, preta,
Levada outrora às costas da caminhante,
Imortal soberana do seu mundo de aromas.
Levas a vida como um sopro de um novo ar,
Ainda no bolso afundado, ainda que pronto a ser provado.

Fazes um esboço do mundo no balão
Infinito de pastilha elástica, no mastigar
Guloso e nunca profano, retrato feito com um balão multicolor.
Urge o riso constante e o bem-estar com o nascer do dia.
Espera a noite por ti, só para ver que tu não dormes, pelas
Insónias que os sonhos diurnos te dão.
Regressas ao pecado então brutal, o de saborear a
Essência do chocolate preto,
Doce como o cair da noite, deixando as nuas notas de jazz pairar em teus
Olhos, castanhos como chocolate, o teu ouro negro.

(Nada rima então com o teu nome,
Nada que não peque por ser obsceno,
Nada que seja espelho da tua mente demente,
Num esboço sórdido, és o traço escaleno.
E vendo o mundo como um horizonte pequeno,
Ficas-te então pelos campos de feno.)



Melhor que a arte presente aqui o que mais valorizo é o quão bem me descreves! Gosto imenso de ti, Carlos. Cralos! :)

4 comentários:

Lídia disse...

Olha, olha, parabéns outra vez, Dalila x)Quanto ao texto, absolutamente extraordinário:)*

Anónimo disse...

Estupendo

Anónimo disse...

deu uma opinião a esse poema antes de ser entregue . agora li de novo , ainda gostei mais . a guitarra , o chocolate , a noite , a DALILA !

Anónimo disse...

Tá mt fixxe, Dalila.
Escreves muito bem. Admiro-vos, a ti e ao Carlos, do modo como escrevem.