sábado, 29 de setembro de 2007

Mergulho meu, amor nosso

Fecha a porta.
Põe-me no meu lugar, onde possa
dormir o meu sono da meia-noite.
Mas não deixes entrar o vento com força,
antes que me faça tombar borda fora da nau
que parte rumo à terra-mãe
entre espaços brancos, pontos cegos do mapa.
O céu tem ponteiros que esmagam
estrelas cadentes que mergulham
no meu copo de vinho com vista para a já nascida lua nova.
Dito as palavras gastas, profano dialectos de outro poeta
para que a voz rouca se entregue na sonolência
de uma noite sem cheiro próprio.
Daqui vê-se o mundo, o ponto de partida.
Calcas o chão com os pés húmidos
e e eu não te vejo, a imaginação dá-me frutos
que não quero no meu prato.
A cidade dá-me sombras que me parecem as tuas,
a imaginação que evoco é o meu único ponto fraco.
Tenho saudades da carne que nunca te provei.
Sei sentir a falta da fatalidadede um amor a sangue frio.
Volto ao grau zero e sonho com o teu abraço,
munido de um relevo acentuado que nem
espadas num beijo de boa noite.
.
Olha-me nos olhos,
jura pelo nosso amor
e mente-me,
diz que nunca me traíste.

4 comentários:

Anónimo disse...

Adorei, ja nao ha peças melhores que as outras, o podium agora tem espaço para tudo o k fazes.
Fica bem

Lídia disse...

Olha lá, mas não era dar-te porrada? Está fantástico."O céu tem ponteiros que esmagam
estrelas cadentes que mergulham
no meu copo de vinho com vista para a já nascida lua nova". Estou abismada com esta parte, a sério que estou. Vá, eu não dou mais "graxa" xD*

Anónimo disse...

tudo o que tu escreves, de uma maneira ou outra, toca-nos sempre. há algo mais poeta que isto? ir a fundo uma vez é fácil, duas, três. todas, isso é de génio.

Tangerina disse...

" Eu vou ao fim do mundo, eu vou ao fundo de mim, eu vou ao fundo do mar... eu vou ao fundo do mar no corpo de uma mulher...Eu vou ao fundo do mar no corpo de uma mulher ... bonita"