sexta-feira, 6 de julho de 2007

Genesis

Pari o puro nojo,
Errado no fundo de si,
Desleixado num
tronco em riste.
Pari a noite,
Pari a puta da estrela vermelha
Que me dá lume no arder da carne.
Pari o medo arrepiante
E a doce loucura.
Pari o meu berço,
O mundo enorme e
O universo minúsculo.
Sou filho de mim mesmo,
Obra minha.
Pari a anatomia
Das luzes negras
E o teu corpo inodoro.
És um monstro
Assassino de prazeres
Incolores
E o êxtase de tudo o que é meu
E não me pertence.


(foto por Mel Gama, in Olhares.aieou.pt)

3 comentários:

Anónimo disse...

Fgo!! Tu tamem pariste este mundo e o outro pa!!! Posso-te chamar de Mamã !?!? Bem, agora estas unido co Arnold Shwaznegger pela partilha da dor..sois os unicos dois homens que alguma vez pariram..se bem k tu n t ficaste por um filho :P

Fora de brincadeira, texto brutal, mente terrivelmente fixe!!!

Francisco ≈ disse...

Puta que pariu :X
Tao brutal xO
"Que me dá lume no arder da carne." :O
o_o

Anónimo disse...

Li este texto há um ou dois dias, a noite passada sonhei com ele. Foi tão estranho, as palavras que aí estão devem-me ter ficado na cabeça. Penso que nada é melhor que isso, excelente!