quarta-feira, 5 de setembro de 2007

amo.te?

1. Prólogo







Libertámos estrelas com um simples olhar...
O cristal da neve, o espantoso levitar.
Em volta o gelo e o fogo a queimar
No centro de tudo, nós dois a sonhar.
Duas luas, tu e eu, faces do mesmo pensar!
Se o sonho cresceu em nós, vamos deixa-lo ficar
Não vás...

Se parasses por um segundo
inventaria palavras para
preencher espaços onde me escondi.
Não faz sentido ir para onde me levas,
mas ser levado na tua distorção
é saber amar por mais segundos que dure.
Interrompo-te num beijo para o sentir
correr outra vez, o Inverno quente
e uma paixão por florir.
Fica mais uma noite,
quero ser poeta mais uma vez.

2. Prazeres Finitos











Demorei mais que a tua eternidade
a amar o preto que a noite tem,
e o verde escuro que mais nenhuma janela nos dá.
Mas foi no vermelho da tua aura
que despontei a melhor visão,
a que a arte nos nega.
a perfeição a mil dimensões,
vermelha com nenhuma outra cor.

As palavras escolhem-se
para contornar a flacidez do momento ácido.
A nébula esconde a lentidão
de todos os gestos do que é colossal,
de ombros dados com a fuga mútua de duas poesias
divergentes, unidas na sede de
umas últimas palavras.

Aquilo que passei mil noites a sentir,
a mastigar num olhar frio,
vi-o escrito em paredes.
O poeta quebrou o sigilo,
corre já nas ruas que amar
é droga bem melhor que o sonho.

Arranco esmolas vadias
no girar de novos vícios
que me proponham novas géneses.
Eu pensei ser melhor
que reviver as nossas noites frívolas,
noites escassas, passadas num ponto de encontro
onde as nossas mãos dadas tombaram rumo
ao inocente erotismo de dois corpos
virgens de cor.
Aqui entrei e nunca mais saí, pois tu fugiste com a chave


3. Quebrar do Espelho

Partimos espelhos, estrelas, luas e cometas!
Violada e mal usada, seca a tinta nas canetas...
Musicais notas de pauta, ecoam no vazio
E o delírio velado, flui em nós como um rio.

Porque foi que isto nos aconteceu? Como pôde o nosso Mundo virar-se assim contra nós, qual onda furiosa em busca de vingança, orlada de espuma, sangue e confusão? A acidez da solidão devassa que nos consome o lar, partilhado não só por nós os dois, mas também pelo imenso vazio que nos escolheu para se alimentar. Talvez os teus olhos já não percorram mais essas imensas ruas onde tanto nos perdemos, com medo de encontrar o que nunca achámos.
Pequenas pedras rolavam a teus pés. As águas, ora turbulentas, ora calmas afastavam nossos sonhos em perfeições transparentes. Sorrias para o infinito, para o oco do teu ser. Eras uma concha vazia, cheia do nada do meu ser. De longe, eu adivinhava a profusão de sentimentos que se agitavam no teu olhar. E agora contemplas calmo, as águas do teu passado, que se agitam em mim como a mais violenta tempestade, arrastando consigo toda a sanidade e expressão. Quero não pensar na dor para não a ter que sentir. Quero-te.

(- O que é que isto significa? Isto de, não dizermos nada, de não haver nada a dizer...
-
Há tanto a dizer... tanto!
- O quê? O que é que será certo mostrar agora? O que é que diria o poeta no meu lugar, quais seriam as palavras certas agora?
-
Para que te interessam as palavras certas, se não te pertencem? Não as roubes, não uses um discurso que não seja teu, que não sintas...não te martirizes com desejos de súbitos rewinds milimetricamente estudados.
- Nem sei que te dizer. Que queres que te diga?
- Nada, não digas mais nada. Adeus. )





post idealizado e concretizado por Insomnia e Amora


3 comentários:

Lídia disse...

O texto rula, mas nós...:P*

Anónimo disse...

só tenho uma palavra:

BE-RUTAL!!!

Do melhor, estão de prabéns, te vos entregava a chave da cidade mas não a tnho comigo!!!!

Anónimo disse...

«quero ser poeta outra vez»