Procuro na intensidade do teu olhar um segredo. Tento abrir os mil e um cofres que te recusas a mostrar-me na esperança da verdade que quero ouvir, da ilusão que tomo por certa na ânsia de alimentar os meus podres e grandiosos sonhos. Passo a minha mão pela tua num gesto discreto, figura leve, para te sentir, o teu calor, a tua suavidade, o teu mistério. Sim, cheiras as mistério. O perfume que emanas leva-me à dimensão de três portas (aquelas três malditas portas). O teu odor percorre-me e é tão suave que não consigo evitá-lo. Não consigo evitar o que sinto. Toda esta estranheza e novidade são tão típicas do meu nada que o sonho não é mais um sonho. É o nada fruto da minha imaginação. É, e será coisa nenhuma, porque ao nada nada pertence."Não sou nada.
Nunca serei nada.
Não posso querer ser nada.
À parte isso, tenho em mim todos os sonhos do mundo."
Fernando Pessoa
6 comentários:
a ultima frase é fantástica Dalila! :) já tinha saudades de ler umas palavras tuas. beijinhos
És nada e por isso és tudo
o momento do salto quando se aterra no céu ou se cai no abismo
Oh Dalila, é tão bom ler um texto teu!!
Adorei, mesmo!! :)
Pessoa...
Melhor influencia para ti nao podia haver.
Adorei o texto, continua a escrever!
Sou um nada, do alto do meu castelo de cinzas... vivo num jardim inexistente e expludo de matéria nenhuma.
Lindo! :D
Deixa o teu sonho tornar-se tudo^^
Gosto imenso de ti, pá*
Voltamos às caixinhas :p
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