quarta-feira, 6 de fevereiro de 2008

Quero vozes que não a tua na minha cabeça


Mostra-me que história frouxa queres que te conte antes de partir. Somos o propósito em falta, a irmandade que renegamos ou a arte que distanciamos por não ser tão nossa assim. Temos vingança servida em pratos de oiro em chama e marcas no corpo que me lembram de onde vim. “Tudo o que fiz foi por não saber tentar”, disseste-me. A plateia esbanja aplausos e rosas brancas de plástico em riste, num beijo final que esperam e que não lhes queremos dar. Há paredes feitas para não quebrarem. Fecho os olhos sem cair, deixo-me à mercê de uma casa que não é minha, onde ninguém adormece. Não vale a pena a noite ou outra tua vontade. Sonhar é somente parte de um nascer que tenho por cumprir. O nascer do sol nas pontas do meu cabelo fúnebre é pouco, o subir da lua na ponta dos meus pés pesados, menos ainda. Qualquer truque de magia é bluff, o “talvez nunca te veja mais” é o começar de uma história minha por escrever… Não é por ti que espero quando te digo estar à espera, não é a ti que amo quando digo não haver amanhã. A nossa história não foi feita para ser escrita assim. Não te amo. Ponto final.

3 comentários:

Anónimo disse...

(álbum dos placebo, claramente)
desde já tenho de te dizer que título fantástico.
já nem sei como mostrar quando gosto das coisas, acho que já lhe perdi o jeito. mas mesmo que não mostre, este fica guardado e completamente destacado. se calhar destaca-se por ser tão próximo de todos de uma maneira ou d'outra. E todas essas vozes que nos invadem, nos sufocam, conseguiste (d)escreve-lo realmente bem.

continuação

Anónimo disse...

Já sabes.
O titulo esta altamente tal como ja foi referido.

Tu é que és o maior!

Anónimo disse...

às vezes é preciso saber dizer "fim"