quarta-feira, 16 de maio de 2007

Pinturas de guerra


Tento pintar-te com traços só meus. Quero dar-te cor, vida, sentido. Quero dar-te sem esperar receber, porque sei que não conseguirias. Sujo-me de tinta que custa a sair e por mais que tente extraí-la mais raiva me dá perceber que és uma macha, uma nódoa em mim. Não sais de mim. Não tenho o tempo para mim porque o meu tempo és tu. Vivo no sonho de te voltar a ter pertinho de mim. Estou longe, estás longe. Já não falo de nós. Já não há o nós. Desisto de te pintar, já te apagaste demasiadas vezes.

5 comentários:

Anónimo disse...

Obrigado pela bonita imagem que me veio á cabeça ao ler isto.
"Pinturas de Guerra" adoro esta frase

Anónimo disse...

afinal não é só cansaço , é qualquer coisa que mexe ... sabes o que acho , mas pronto . esse texto é nitidamente teu ! a cor ( ou a falta dela ) , o genero de metaforas , tudo . saudades de ti

Tangerina disse...

por mais que se saiba que não vale mesmo a pena... há coisas que são dificeis de largar...de esquecer...de deixar morrer... há sempre um bocadinho de nós... por mais pequeno ... por mais efémero... que se perde também ... dói ... mas sabemos ser melhor assim ...

Tangerina disse...

livrar da Chuva e ... do Cabelo ... :) SIM!

Anónimo disse...

"Embora lave o medo que há do fim,
A chuva apaga o fogo que há em mim.
Oiço a voz de quem me quer tão bem,
E fico a ver se a chuva a ouvirá também." - ornatos / "chuva"

temos de falar, quem sabe, na aula de filosofia...