Faz de uma folha um barco
De papel e traz-nos de volta.
E eu, um dia mais tarde, encontro-te.
Um dia, hei-de ver virar o mundo à
Volta dos meus olhos castanhos
E encontrar-te aqui..Tenho medo de não vir a saber
Porque me amas em segredo,
Ou porque me agarras assim.
.Hei-de ser fogo e nunca ter papéis
Ou rascunhos para me lembrar do teu sorriso.
Ele é tão estranho quanto tu.
Mas eu prometo, amor meu de um qualquer dia,
Há-de nascer a lua em que te peço desculpa
Por não saber quem sou quando no teu templo
Feito de papel em branco por rasgar.
Até lá,
O mundo que me escorra por entre os dedos,
Que eu nunca hei-de dizer que é amor o que me faz
Amar-te.
...
hei-de ser pó até,
a terra húmida cor de barro.
hei-de ser a distância
de um mundo ao outro
e quem te espera num lado errado
dum universo por inventar
.
(foto por: Ricardo Cabrita)