sexta-feira, 11 de janeiro de 2008

dois

Chora-me sangue pela arte
E filma-te a ti mesmo de
Um ângulo impossível.
Eu, por mais que fundo no frio
Dos teus gélidos sonos,
Deixo a madeira morna contra a
Pele suster-me o fôlego
Preso por um fio de lã negra.
Não me contes o final,
Sei que por debaixo desse
Timbre forçado há algo
Capaz de me agarrar pela
Mão e sombrear a violência
A preto puro no meu corpo.
Imagina-me corpo táctil
E dá nomes aos meus medos
Sobre a tela riscados.
Arte não é mais que um jogo sujo.
Arte é o meu jeito de
Ser desfeito no teu
Contar de histórias bizarras.
.
(inspirado num universo Lynch a descobrir...)

2 comentários:

Anónimo disse...

GOSTEI!
O infame Lynch hein ?

Lídia disse...

Fantastique! Opá, aquele filme *.* ainda hei-de percebê-lo! Outra óptima produção, fechando com chave de ouro, aqueles 3 últimos versos são realmente qualquer coisa. Andas particularmente talentoso para os 3 últimos versos!*