
Tenho vozes na cabeça e pouco me resta senão que gritem. Quero ter vozes na cabeça e saber de quem falo quando te digo que te amo. Elas não falam mais comigo, senão por mais um pouco. Volto à máquina de escrever e puxo pelo primeiro resto de voz. Hoje, não falar, é crime. A noite vestiu-se para me ouvir cantar sobre a alvorada por acender. Larga-me a mente e sou tudo menos meu. Tenho as palavras pelo gosto à vontade e o desejo de uma prosa melhor que esta. Acordei a cidade, amar-te era demais para só eu saber.
Adormeci sobre o peito e acordei a dançar sobre a mesma madeira, espreitando pelas mesmas portas e vestindo a mesma noite de ontem. Precisava de escrever uma carta de amor à luz desta lua. Ela esperou por mim e eu não notei. Não notei.
1 comentário:
Muita fixe o texto! Ja te tinha dito ;)
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