Não fico por aqui. Rio em jogos de espelhos para não te responder, para não ver na tua cara o que imagino querer ver na ponta do meu sorriso. Falo-te de amor e respondes à letra com olhares bonitos, tudo-menos-inocentes. Deixas que fale sozinho para me deixar de querer ouvir, para me fartar da voz que carrego fúnebre sobre o pescoço desengonçado. Não me pedes nada, não dás nada de ti senão mãos vazias e punhos fechados. Invento caligrafias novas para mudar a escrita somente. As palavras hão de ser sempre iguais às que fiz por inventar sem querer. Há que mudar o corpo quando a alma é pouco para dizer de mim ao mundo que vim para ficar. Há que voltar a sorrir devagar, de olhos postos em nuvens que se prostituem por um lugar no céu. Há que amar depressa e ver que o amor foi culpa minha, que ainda vai a tempo o amar de outra forma. Há que ficar, há que nunca partir rumo a mais. Isto é casa. Isto tem de chegar.
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é a história que ninguém conta,
de que ninguém abre mão:
amores não são círculos fechados.
1 comentário:
Se o são tem quilometros infindaveis de diâmetro, e o pior de tudo sao os pequenos círcuolos tangentes...
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